A Insatisfação Profissional

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Tenho observado o crescente número de pessoas com insatisfação profissional,  e isso gera desânimo, irritabilidade, má vontade, baixa qualidade nos serviços e produtos, falta de cooperação e de  senso de equipe,  prejudicando o rendimento e o lucro, além de ainda, implantar em si mesmo o sentimento de inveja, a falta de  perspectiva para si mesmo e para a humanidade, estruturados na desmotivação existencial.

Então, com o objetivo de contribuir para a libertação deste dissabor, escrevi estas palavras.

Todos nós precisamos trabalhar para honrar nossos compromissos, portanto  dinheiro é o motivo que suplanta todos os outros na busca de um trabalho.

Passamos a maior parte do nosso tempo trabalhando, e daí a algum tempo, quando não gostamos do que fazemos, o mesmo torna-se insuportável.

Aqui vão algumas dicas para isso ser vencido:

Na minha juventude, eu trabalhava fazendo obturações em dentes de crianças, alunas de escolas públicas.

Embora fosse um excelente salário, logo vi que não gostaria de fazer isso a vida inteira, contrariando a vontade dos dentistas com os quais trabalhava, para o meu futuro profissional, devido a qualidade do meu trabalho.

E como eu cheguei  a este nível de qualidade   desempenhando um trabalho que não era o dos meus sonhos?

Fiz o seguinte:

Primeiro, levei minhas características organizacionais para o meu ambiente.

Isso facilitou muito a logística do atendimento, trazendo conforto, agilidade, domínio da função e sentimento de segurança para quem estava recebendo meus serviços.

Segundo, olhava as crianças não como números, mas observando as suas características pessoais, e isso me fazia ir além de obturar seus dentes, pois ao perceber que precisavam de orientações de higiene, e que tinham estarrecedor medo de dentista, eu usava a minha capacidade natural de criar histórias para ajudá-las a superar tudo isso.

Com toda certeza, todas as crianças que passaram por mim, perderam o medo de dentista e  aprenderam a cuidar de si mesmas. 

Desta forma – aqui bem resumidamente explicada –  consegui me sentir gratificada desempenhando um trabalho que não era o trabalho dos meus sonhos, mas que ao  desempenhá-lo com amor ao próximo e usando nele as minhas características pessoais, jamais este trabalho foi para mim,  entediante ou irritante.

Hoje, me lembro com carinho e  orgulho deste período em minha vida, por ter desempenhado bem a minha função.

Experimente fazer isso.

Lembre-se sempre que você é muito importante onde está, para milhares de pessoas.

E isso, no final das contas, é tudo o que importa, para os outros e para nós mesmos, no trabalho dos  sonhos, ou não.

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Gilsara Mattos Côrtes é Autora de livros e roteiros para cinema, Publicitária, Palestrante e Terapeuta de Casais.